Desde o primeiro verso
Era dia de encontro e
decidi por impulso-palpite-certeiro-destinado que era imprescindível:
naquele instante em que tocou a campainha, somente eu deveria abrir
aquela porta.
Porta-sorrisos se
tornou o meu rosto a partir daquele instante, tive um reencontro
súbito com a minha mais feliz essência, eu inteiro percebi o quanto
sou feito de epifanias, e assim me vesti o restante da noite,
brilhando poemas na intimidade translúcida daqueles olhos que me
descortinavam vontades, o desejo de me lambuzar em palavras como só
o meu mais íntimo sabe, e aquele par de olhos sorrindo entendeu o
momento meu, aliás, já era nosso, ali, assim, inerente aos furacões
ao nosso redor, de imediato entregues ao deleite de negociar poesias.
Eram destinos brincando
de inventar felicidade, talento que descobrimos ali juntos, pois o
ininterrupto não se quebrou mesmo diante das lacunas de tempo que
nos abismou por ledo engano.
O beijo das salivas
veio dali algum tempo depois, mas o sexo de nossas almas já havia
incendiado desde o primeiro verso...
Perfeito
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