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quinta-feira, 2 de maio de 2019

RESPINGOS CELESTIAIS

















Gotejam notas musicais
Sob o telhado encardido
De acúmulos ancestrais
A ilusão do tempo ali se esquece
Essa mesma água que me derrete
Desaba-se num uníssono de prece
Ao avesso lembro que esqueço o que interessa
Tudo que me era pressa já nem mais se apressa
Um apreço em meu ouvir travesso me atravessa
Nessa persistência sonora se precipita meu agora
Essa cadência que se chega assim já indo embora
Traz a consciência que tal estopim é sorriso lá fora
O que quer que me preencha só mesmo me revigora
quando antes me esvazio da impaciência que apavora
Portanto me fantasio em aparência ao estilo pandora
O encanto me decora numa insistência que implora
E no entanto me enfeita com a essência que me aflora
Todo espanto na perfeita inocência do mundo afora
A chuva me despe e espreita, me respeita e me incorpora

sexta-feira, 8 de março de 2019

O QUE QUER QUE NÃO DESVIE























Seja lá o que for que inicie o nascimento de uma amizade
impossível pressupor o acontecimento duma cumplicidade
essa origem ninguém exprime qual movimento os propicie
o que quer que os culmine num pertencimento que os associe
nada requer que os ensine nenhum entendimento que sacie
então não desatine a buscar um conhecimento que evidencie
emoção exprime-se sem revelar o que por dentro se comprime
locus atemporal de compartilhada invenção de um só sublime