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domingo, 11 de dezembro de 2016

O COLETIVO DE UMA INSTÂNCIA








Há 31.530.000 segundos em um ano
e mil milissegundos em um segundo;
um milhão de microssegundos
e um bilhão de nanossegundos.

A única constante que nos trança,
ligando os nanossegundos aos anos,
é a iminência avante, a MUDANÇA.
O universo, em unísona ressonância,
do átomo à galáxia,
existe em perpétuo estado de fluxo,
no qual, todos nós, por ele flutuamos...

Mas nós, animais humanos,
não gostamos das mudanças.
Instintivamente nós tentamos
já justificar nossas lembranças.
O intelecto em que habitamos
procura preservar certezas,
verdades em que acreditamos.
Lutamos contra incertezas
Mas só porque nos assustamos.

Numa agridoce catárse
a mente tenta se silenciar.
E por isso é que em nós aflora
a ilusão de uma estase.
Nós só queremos acreditar
em um mundo de repouso
dentro desse universo do agora.
E o nosso grande paradoxo
permanece, e ainda nos devora:

No momento em que
alcançamos o presente,
esse mesmo momento
já não existe mais...
Incansável, sempre se revigora.

Nos atemos a memória,
agarrando-nos a imagem,
estaticamente, um singular
que não existe realmente.

Porque vida só é composta
por imagens em movimento.
Cada nanossegundo
é diferente do outro,
ininterrupta e eternamente,
move-se o mundo...
Descortina-se um sinal

O tempo nos obriga a crescer
e a nos adaptar, à todo instante,
aos diferentes novos espaços
que ocupamos na teia vital.
Onde quer que estejamos,
o que quer que façamos,
como quer que vivamos,
cada aqui é inédito e único:
independe o que acreditamos.
Nada, nem ninguém é igual...

Porque toda vez em que
piscamos os nossos olhos
o mundo se altera, é natural,
sem que sequer percebamos.

E, inerente à ignorância total
de que nós, inevitavelmente,
estamos sendo transformados
numa constante consonância
com essa fluidez de um todo,
mergulhados no infinito à volta,
a vida acontece, esplendorosa,
como o pólen quando se solta,
aquela emoção mais fervorosa.

Uma só onda. Um movimento.
Mas infinitas gotas aglutinadas
em uma única sopa oceânica
de experiências interconectadas,
e coordenadas pela mecânica,
reações sendo desencadeadas;
de asas de borboleta, o vento...

A luz é uma explosão que avança,
fagulha de uma erupção em dança.
O sol é a sua criação,
a música que conduz
essa íntegra conexão,
que não traduz qualquer distância.

Portanto
e,
por... Tanto!
Essa é minha reflexão:

Somos; coletivo de uma instância.

Todos e tudo têm sua importância

Todo dia, todo momento,
todos os nanossegundos,
o mundo, bem atento, muda.
Ventos que nos trazem ajuda...

Elétrons se esbarram por aí,
e reagem, links profundos.
As pessoas colidem entre si,
e se encaram, e se disparam, soltas,
alterando os rumos umas das outras.

Mudança não é fácil:
É alicerce em edifício
E muitas e muitas vezes
é desgastante e difícil
conhecer nossas sedes.

Mas, talvez, isso seja uma coisa boa.
Talvez alguém veja que nada é à toa.

Porque é a mudança
que nos torna mais fortes.
Cria-se perseverança
até que suturem os cortes.
Ela nos mantém bem resistentes
E nos ensina a evoluir
Nos empurra, à seguir
pelos caminhos mais resilientes…

Tudo está em em transformação,
e para que possamos nos sentir
precisamos sintonizar o coração,
e fazer planos, basta se permitir...

Não dá para deixar de pensar
quanta diferença
uma pessoa faz no mundo...
Nós olhamos para dentro
de nós mesmos, profundo
questionando um intento:
se temos a capacidade
de um heroísmo, ou de uma grandeza.
Se nossa real identidade
não se perdeu buscando sua natureza.

Mas a verdade é que toda vez que agimos
causamos um impacto, de qualquer jeito.
Cada coisa que fazemos, tem seu efeito
nas pessoas ao nosso redor, as atingimos.
Cada escolha que fazemos, e por direito,
têm consequências pelo mundo: destinos

Nossos menores atos de bondade, amigáveis
podem causar uma reação em cadeia enorme,
com benefícios imprevisíveis, e inimagináveis
para pessoas quais nunca saberemos o nome...

Muitos mistérios nunca nos serão revelados
Mas sempre tecem
meio à esmo...
Nós podemos não testemunhar os resultados
Mas eles acontecem
assim mesmo…

Uirá Felipe Grano Gaspar - 11.12.16 

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