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terça-feira, 30 de agosto de 2016

ÍMÃ≈gin≈AÇÃO
























Imagine
que ao seguir essa fileira de letras
de um certo apanhado de palavras
haverá uma reunião de versos
cheios de potenciais diversos . . .

Uma proposta:
Não tente descobrir o que eu imaginei
nem tente adivinhar coisa alguma,
nenhum significado oculto, eu não sei
não há intenção poética, nenhuma
só imagine, você

e ouça, o que ler
tudo em teu ser
é sua resposta

[e isso já é inevitável]

Entenda, que tudo o que você sente

não há mais ninguém que o invente
as abracadabras, estão nessas viagens

não nas palavras, mas nessas imagens
que você as vai criando ao lê-las
você as desenha ao percorrê-las...

As palavras que reúno
não são roteiros
nem esboços,
nem verdades
nem poesias
são vazias

são vão
se vão:

só nada

E somente você é o responsável
pelos significados que terão
o universo é uma argila moldável
cada instante é sua criação

As palavras lidas são inventadas
não por mim. Não, eu não!
Foi você quem as escreveu e
por seus olhos foram libertadas

Seu olhar é o único poeta
capaz de fazer poesia crua
por essa distância secreta
que você desfaz na leitura

Se encontrar alguma estrutura
alguma lógica, ou uma epifania
é inteiramente sua essa poesia

Se enxergar algum resquício de beleza
reconhecer algum princípio de natureza
Não sou o poeta que faz nascer a fonte
é você, leitor, quem inventa uma ponte

E tudo mais o que você viver
seja dor, amor, sabor, prazer
todo seu universo, saiba
que o quer que lhe caiba
tudo vem do dentro em você...


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