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sábado, 22 de novembro de 2014

EQUINÓCIO






Se fosse possível,
diria à você o silêncio.
Assim como Deus me fala Paz
quando estou tentando
ouvir o universo.
Isso porque o infinito é
 tão inalcançável quanto
a força do amor que sinto
quando escolho amar você.
Isso porque sei que no fundo
essa decisão não é de fato
exclusivamente minha
afinal, sou parte integrante do cosmos.
Ajo e reajo sempre, querendo ou não,
em concordância com o todo que me cerca
tudo o que sinto e percebo fazer-me ser quem sou.
O que acredito que tenho, mera fantasia de propriedade
é somente a ilusão egoísta de minha mente inventiva e capciosa
que acha que opta por me fazer o mais pleno possível
na tentativa de assim contribuir com um mundo melhor,
pois no fim um mundo melhor contribui com minha plenitude pessoal...
Afinal, criamos juntos nossa realidade cultural,
nossa perspectiva de percepção da existência
e se penso que estou fazendo mais feliz o que
considero ser o meu mundo
inevitavelmente é a mim mesmo que
quero, no fim, fazer mais e mais feliz.
A unidade e o conjunto se encerram em um mesmo paradoxo
Iludir-se com a limitação para explicar a impossibilidade
da separação que faz crer na primeira pessoa de um singular
que só se faz ímpar quando alienado e entregue
à inevitabilidade de uma integração simbiótica
que nos permite sermos vivos, seres infindos
genética da evolução que integra a linha do tempo
numa semântica única que condensa o infinito
em um postulado, um conceito prepotente
fingindo que palavras podem reunir o passado e o futuro
em uma bela embalagem sedutora que
que convencionamos, não por acaso, chamar de PRESENTE




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